
Os roteiristas Roger L. Simon (Inimigos, uma História de Amor) e Lionel Chetwynd (O Grande Vigarista) reagiram à hipótese de que o documentário traz dados falsos para chamar atenção às mudanças climáticas no planeta. A denúncia veio à tona há duas semanas, quando se tornou pública a troca de e-mails entre acadêmicos britânicos acusando o Climatic Research Unit, departamento da Universidade de East Anglia, em Londres, de forjar informações para exagerar a participação do homem no aquecimento global. Algumas delas aparecem no filme.
Simon e Chetwynd, de acordo com o jornal norte-americano The Los Angeles Times, integram a ala conservadora da Academia. Chetwynd, inclusive, foi selecionado pelo republicano George W. Bush como membro do Comitê de Artes e Humanidade, em 2001. Já Simon está na chefia do Pajamas Media, rede de blogs de tendência conservadora (leia um post sobre o "climategate" aqui).
Questionado pelo L.A. Times, Simon diz não se lembrar da retomada do Oscar de quaisquer ganhadores em edições passadas. Mas defendeu sua posição: "Eu retiraria [o de Al Gore]". Na verdade, quem ganhou a estatueta pelo filme foi Guggenheim, o diretor, mas Al Gore se apresentou, na cerimônia de premiação, para os agradecimentos ao lado do cineasta.
Vice-presidente de Bill Clinton, Al Gore viu sua fama de líder ambientalista inflacionar após o lançamento deUma Verdade Inconveniente, de 2006. O político jogou os holofotes à "causa verde" ao transformar uma série de palestras suas no bem-sucedido documentário, enfático quanto à culpa do homem na degradação ecológica. Em 2007, Al Gore - que perdeu as eleições presidenciais de 2000 para Bush - recebeu o Nobel da Paz junto ao Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas, da ONU. Por palestras de 85 minutos, agora, cobra cerca de US$ 100 mil, segundo o jornal The Los Angeles Times.
A universidade londrina investiga as denúncias contra seu departamento climático, que emergiram em data inconveniente: dias antes de começar a Cúpula de Copenhague. O evento, que conta com presença de líderes mundiais, de Obama a Lula, avalia ao longo desta semana medidas intergovernamentais para brecar o aquecimento global.
0 coments:
Postar um comentário