novembro 19, 2009

No Topo do Mundo


Nunca antes na história deste país um presidente havia superado a barreira do índice olímpico de popularidade. As marcas recordes não deixam dúvidas: Luiz Inácio Lula da Silva é, sem dúvida, "o cara" no topo do pódio. Um fenômeno político, publicado e republicado como tal. Mas que não pode ser visto de forma isolada, como o resultado de um tiro curto de 100 metros livres. Há muito por trás do alto rendimento. Envolve treino, prática e repetição. Erros, inúmeros. Acertos, em momentos decisivos. Um aprendizado e reaprendizado. Derrotas e vitórias. A reinvenção em si mesmo.

Avaliar a ficha técnica desse líder contemporâneo, no calor dos fatos e não distante dos acontecimentos, como recomenda a boa análise histórica, é assumir o risco de dar o resultado do jogo antes dos 45 minutos do segundo tempo. Estampar no pôster de campeão as feições de um ídolo durante o campeonato. Afinal, o jogo só acaba quando termina, no apagar das luzes do estádio, seja da Copa do Mundo ou das Olimpíadas.

Mas a busca pelo entendimento da dimensão de Lula, o operário que virou presidente, pode, sim, ser feita. Daqui para trás. E nos remete à teoria que consagrou o naturalista inglês Charles Darwin. Resumindo: a evolução do político está ligada à capacidade de adaptação ao ambiente em que vive.

O Lula que se consagra a cada dia como mito não é o mesmo de 30 anos atrás, dos tempos do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Tampouco se resume na figura presidencial. Lula é fruto de um processo, mais natural do que moldado, que absorveu intensamente a influência de experiências pessoais e políticas, além de inúmeras mudanças no contexto ambiental, ao qual se adaptou por convicção ou necessidade.

A fotografia do cenário, hoje, baseada em estatísticas, é a mais favorável da história dos líderes políticos nacionais. Segundo levantamentos, antes mesmo da conquista das Olimpíadas Rio 2016, o presidente atingia seu ápice. Em pesquisa realizada para a Confederação Nacional da Indústria, no mês de setembro, o Ibope cravou em 82% a aprovação de Lula, índice que serve de parâmetro para popularidade, e em 69% a avaliação de seu governo como ótimo ou bom.

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